sábado, 31 de março de 2007

PRÉMIOS VISÃO DE FOTOJORNALISMO

Ontem estive na entrega dos Prémios Visão de Fotojornalismo, o mais importante certame fotográfico em Portugal, onde o júri é sempre constituído por 5 grandes fotojornalistas de renome internacional, como a Directora de Fotografia da «Time», por exemplo - este ano recorde de concorrentes: 215 fotógrafos e mais de 6000 fotos.

Como sempre, concorri com umas quantas fotos mas, como sempre, também não ganhei nada - partilho convosco algumas das fotos que enviei a concurso. Estas de cima ainda passaram no videowall, o que quer dizer que estiveram perto de alguma coisa... Mas não faz mal... Fica para o ano!




sexta-feira, 30 de março de 2007

A BAIXA DE LISBOA JÁ NÃO É O QUE ERA!!!

Sem-abrigo fotografado por mim no Jardim da Estrela em Lisboa

Nos últimos dias passei e frequentei locais em Lisboa onde não passava há uns anos: Baixa, Metro (linha verde), carreira de barcos entre Cacilhas e Almada... E fiquei muito (mal) impressionado com a degradação que ocorreu nos últimos anos no tipo de vida de muitas pessoas e no próprio ambiente da Baixa.

Na Baixa de Lisboa os pedintes são mais que muitos, agora das mais variadíssimas nacionalidades. A cada esquina, em plena rua Augusta, à saída das lojas ou perto das caixas multibanco há sempre alguém de mão estendida ou tentando vender algo, como pensos ou até o Borda d'Água (agora parece que de venda exclusiva por romenos). É impossível passear descontraidamente nas ruas da Baixa sem sermos interpelados por alguém, muitas vezes até jovens do time-sharing ou afins.

Isto para não falar de grupos de crianças que utilizam uns cãezitos que fazem umas acrobacias e umas «coisas engraçadas» para estrangeiro - e não só - ver! E depois ainda se fala aqui da crueldade que se fazem aos ursos na Turquia e noutros países, E isto tudo nas barbas da polícia... Será que a autoridade não tem conhecimento da Lei que proíbe a abordagem de transeuntes na rua para pedir ou «vender» algo?

À entrada das portas do Metro a situação à agravada pois a estes juntam-se os distribuidores de jornais gratuitos, de panfletos de astrólogos e de curas milagrosas. No Metro - sobretudo na linha verde - cegos percorrem as carruagens com as ladainhas próprias de cada um (alguns destes cegos ainda são os do antigamente, reconheço-os). E digam-me uma coisa: que raio de país é este onde os cegos têm que pedir esmola a vida inteira para sobreviverem? Já não será suficientemente triste ser-se cego?

Ainda no Metro, multiplicam-se os tocadores de concertina e de gaita, oriundos de países de leste. Na carreira de barcos entre Cacilhas e Lisboa, vendedores de tudo e mais alguma coisa: velhotes, deficientes, miuditas ciganas ou ainda de países de leste (Roménia, sobretudo). E alguns são mal-criados quando a pessoa diz que não!

Pois é, esta situação não é com certeza exclusiva de Lisboa mas a ideia com que fico é que nos últimos anos a vida de muitas pessoas e a entrada desorganizada de estrangeiros em Portugal - em especial oriundos de países que não falam português - veio contribuir para uma degradação do ambiente, da segurança e da atracção que Lisboa pode exercer sobre os lisboetas e sobre os de fora. E não sei mesmo o que têm feito os últimos Governos para atenuar estas desigualdades! Ou melhor, sei: não têm feito nada... preocupados que estão com as suas próprias mordomias!!!

quarta-feira, 28 de março de 2007

AS MULHERES E O FUTEBOL

E aí está o primeiro goloooooo
... em directo...
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Hoje há de novo futebol da Selecção. No Sábado joga-se um Benfica-FCPorto quase decisivo! A época futebolística aproxima-se do fim e as emoções do Futebol aumentam!


Mas será que isto tudo diz muito às mulheres ou é mais importante para os homens? Bom, para os homens aparentemente a aprendizagem do futebol é masi fácil: a maioria deles já nasce «dentro» do futebol porque os pais jogam à bola com eles ainda crianças, inscrevem-nos num clube desportivo antes de eles saberem dizer «papá», compram-lhes o equipamento desportivo do clube preferido ou da Selecção - os rapazes fazem uma aprendizagem do futebol sem esforço, sabem logo desde pequenos o que é um canto, um penalti, um cartão amarelo ou um livre indirecto... é uma aprendizagem idêntica àquela que as crianças hoje em dia fazem dos computadores: já nascem com eles, é diferente de nós, masi velhos, que tivemos que aprender algo que nos era estranho.

Quanto às meninas - embora haja excepções - só muito mais tarde elas se apercebem do peso que o futebol tem na sociedade masculina e na sociedade em geral e então aderem - ou não - mas mesmo aderindo têm que fazer todo um esforço para entrarem minimamente na gíria futebolística sem precisarem de andar sempre a perguntar: «o que é um canto?», «o que é um penalti?».

O facto de o futebol português atravessar uma boa fase a nível internacional tem contribuído muito para a aproximação das mulheres a este desporto quase estritamente masculino. Mas quando entram em jogo valores nacionalistas ou pseudo-nacionalistas a faixa de população abrangida é muito maior: é que já não é tanto o futebol mas o país que está em jogo, que interessa defender.

E assim as mulheres vão aprendendo algumas particularidades do futebol, o que não quer dizer que o joguem - o futebol feminino tem pouquíssima expressão em Portugal.

Não há dúvida que o futebol é um fenómeno sobrevalorizado em Portugal. É impensável um serviço de notícias em França, por exemplo, abrir com uma notícia de futebol, a não ser que a França seja campeã do mundo. Em Portugal, os telejornais principais abrem frequentemente com notícias de futebol, muitas vezes até com notícias sobre os treinos de algumas equipas, o que é perfeitamente absurdo. Futebol, sim, eu gosto muito de futebol, mas ele deve ter o seu lugar - e o seu lugar deveria ser dentro da temática do desporto ao lado de outras modalidade que também deveriam ser divulgadas e acarinhadas. Mas não é isso que acontece, infelizmente!

terça-feira, 27 de março de 2007

E você... Há quanto tempo não vai ao TEATRO?

À Boca de Cena ELE aborda ELA para tentar obter dividendos de mais-valias sobre os desígnios mais ortodoxos de ELA (ou qualquer coisa do género!):

ELE
- Sabeides Vossa Senhoria os mais altivos desígnios que me instigam no granjeio das mais sublimadas insígnias de Vossa Excelência!

ELA - E vós, que pretendeis fazerdes com minhas tão sublimadas insígnias?

ELE - Se me autorizardes existirá uma vontade impulsiva por parte da minha insignificante existência de cruzar a fronteira que me há-de apartar de seu recôndito e apelativo espaço!

ELA - Continueis a insinuardes que quereides obter permissão para acessar e devassar meu celestial espaço, o qual achardes apetecível e apelativo?

ELE - Devo participar a Vossa Excelência Senhorial que todos acessam e devassam seu espaço, e o meu mais enlevado desejo - outorgado pelo mais íntimo do meu ser - não será senão protagonizar uma pequena investida no interior do seu espaço...

ELA - E vós pretendeis uma investida ligeira ou duramente marcante à laia dos grandes concretizadores de promessas proferidas e executadas?

ELE - Uma investida enodoada pelo anseio de colocar Vossa Excelência numa posição privilegiada, onde possais sentirdes e terdes o prazer de experimentardes o que de mais sublime me foi dado conceber!

ELA - Eh, pá! Já percebi, meu! Ok, chavalo! Se queres postar um comentário no meu blog, é só clicares no endereço... escusas de estar para ai com tanta cerimónia... Tás a ver, meu, ou queres que eu te faça um desenho?
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Pois é, hoje é o Dia Mundial do Teatro. E eu defendo que a disciplina de Teatro deveria ser obrigatória nas escolas desde o 1.º ano, para tornar as crianças mais desinibidas e providenciar adultos mais expressivos!!!

E vocês, há quanto tempo não vão ao
TEATRO?

domingo, 25 de março de 2007

SALAZAR: MITO OU FORMA DE PROTESTAR?

Continuo a pensar que se este concurso tivesse sido exibido depois do programa de António Barreto que começa a ser exibido amanhã ma RTP1 o resultado seria diferente: considero António Barreto um dos sociólogos que melhor compreende a mentalidade dos portugueses e estou com muita curiosidade de ver os vários episódios. Só recentemente alguns sociólogos, escritores ou até pessoas que têm outras actividades começaram a tenta perceber a mentalidade dos portugueses. Do que tenho lido ultimamente destaco, claro o «Portugal Hoje» do José Gil (mais filosófico) e o menos conhecido «Histórias de um país bimbo» do cantor Pedro Barroso ( mais humorístico e mais prático).

Recomendo a leitura ou a re-leitura dos dois. Gosto muito de todos estes temas que abordam as características das pessoas, o único perigo é que quando aparecer alguém que descubra a alma de um povo pode cometer grandes atrocidades: foi o que aconteceu com Hitler.


Foi só um concurso mas mobilizou até as atenções dos políticos, sociólogos e não só! O facto de as três figuras mais votadas terem sido protagonistas do séc. XX penso que é sintomático do peso que a história recente tem. E se fico admirado pelo 3.º lugar de Aristides Sousa Mendes - figura pouco conhecida na história de Portugal - não posso deixar de ficar ainda mais admirado pelo somatório das pontuações dos dois primeiros: 60%! Continuo a afirmar que isto é sintomático da maneira deficiente como se deu a história de Portugal depois do 25 de Abril de 1974, tentou-se ignorar aquilo que não podia ser ignorado, que deveria antes ter sido explicado. É claro que esta votação não reflecte aquilo que as pessoas realmente pensam mas a desilusão da vida moderna citadina conduz a estes «desabafos».

sexta-feira, 23 de março de 2007

DIZ QUE É UMA ESPÉCIE DE DESAFIO ...

Bom, não é um desafio,
se calhar nem uma espécie de desafio!!!


E pode ser para responder nos comentários
ou nos vossos blogues!!!


Então, o que é, o que é???

Já andava há uns tempos para vos perguntar isto:

Porquê o nome dos vossos blogues?

Olhem para trás, pelo retrovisor, se quiserem, e revejam o motivo ou os motivos que vos levaram a atribuir um determinado nome ao vosso blogue. E alguns coincidem no endereço e na designação e outros não: têm um endereço mas depois outro nome! Porquê??? Contem, contem, acho que muitos de nós conhecer-vos-emos melhor depois de sabermos porque puseram esse nome ao vosso blogue ou blogues. E, para aqueles que têm blogues temáticos (poesia, por exemplo) ou mais ou menos temáticos, porque razão optaram por esses temas? É o que acham mais importante ou onde se sentem mais à vontade?


Pois bem, para dar o exemplo, vou eu explicar o porquê de ter escolhido Fundamentalidades para o meu blog. A princípio queria fazer um jogo de palavras, que pudesse abranger o máximo de pessoas e de... mentalidades! Ocorreu-me exactamente Fundamentalidades porque jogava com fundamental, idades e mentalidades... Depois criticaram-me porque estava muito próximo de fundamentalismo, e seria um termo a evitar. Mas acabei por ir frente e assim nasceu o Fundamentalidades - e até agora acho que ninguém confundiu com fundamentalismos, até porque tento ser o mais generalista possível. E optei pela generalidade porque é realmente o que mais tem a ver com a minha personalidade, embora um dia destes retome (Comportamentalidades e Privacidades) ou faça mesmo um outro blogue temático!


quinta-feira, 22 de março de 2007

E PORQUE É DIA DA ÁGUA... POUPEMO-LA!!!

Poupemo-la hoje e sempre! A água foi o princípio de tudo e também pode ser o fim quando escassear ou quando não puder ser utilizada.

Uma homenagem aos pescadores portugueses que tanto têm sofrido nos últimos anos... o trabalho da pesca é dos mais duros que há... e ainda têm que lutar contra as leis e os decreto-leis ...

A água também já não se fabrica mais ... pode é mudar de sítio... geralmente por incúria do Homem!

Façamos um brinde... com ÁGUA!!!
À AGUA

Nas fotos o Porto de Pesca de Setúbal, um pescador solitário e - em cima - uma imagem do Alqueva

quarta-feira, 21 de março de 2007

PRIMAVERA, FLORESTA E POESIA


Um poema é uma mensagem

Do mais sublime que existe

Que nos leva numa viagem

Às vezes alegre, outras triste!

Nas fotos: flor do damasqueiro, em cima, e um riacho no vale entre a Serra da Arrábida e a Serra de S. Luís, na península de Setúbal

terça-feira, 20 de março de 2007

MAIS UM MISTÉRIO DA SERRA DA ARRÁBIDA

O empresário que tinha desaparecido de porta de sua em Azeitão há cerca de 6 meses foi encontrado agora - já cadáver - dentro da mala do Scénic que conduzia na altura. O veículo foi descoberto numa ravina na Serra da Arrábida.

Logo aqui começa o mistério: o indivíduo em causa desapareceu sem deixar rasto quando se preparava para ir levar os filhos à escola, e se a Serra da Arrábida é "varrida" todos os fins-de-semana por centenas de praticantes de BTT e caminhantes, como foi possível não terem sido encontrados vestígios da carrinha, tanto mais que a mesma já devia estar ali há muito tempo pois o corpo estava em avançado estado de decomposição?

Mais um dos mistérios insondáveis da Serra da Arrábida. De tempos a tempos desaparece alguém ou acontecem coisas estranhas: muitos ainda se lembram de um jovem e da sua bicicleta que nunca mais apareceram, já lá vão uns 15 anos. Falou-se na altura em buracos ocultos, contrabandistas, extraterrestres... E o caso de outro jovem que foi estudar para a Serra , esteve uns dias sem dar sinal de vida, e depois voltou sem se lembrar de nada nos dias em que esteve "ausente". A juntar a estes há muitos outros casos, uns mais mediáticos que outros.

A Serra da Arrábida encerra em si mistérios dignos de livros de Agatha Christie ou - por ser mais recente - de crimes do CSI.

Vou muitas vezes à Serra da Arrábida. Quase sempre sozinho. Há uns anos fui para lá "curtir" uma chatice da vida, exactamente numa noite de violento temporal. Subi e desci a Serra com o carro - e com a mente - fustigado por ventos ciclónicos e chuva diluviana... Sobrevivi! E acho que valeu a pena a aventura!

Bom, e estou com vontade de lá voltar! Isso mesmo, vou para lá agora... está uma ventania soberba!!! E talvez vá com música do Vangelis... então é assim: se eu não postar mais nada nos próximos dias ficam a saber que fui levado por... extraterrestres!!!


segunda-feira, 19 de março de 2007

DIA DO PAI ... OU DIA DO FILHO???


Porque todos os Pais também já foram Filhos, acho que seria mais correcto designar o 19 de Março de DIA DO FILHO!!!

sexta-feira, 16 de março de 2007

Agora que a Floribella acabou que tal uma pausa para reflexão sobre a utilidade das telenovelas?

A Floribella no último episódio: a morte e a ressurreição de Frederico confundiu muitos telespectadores, especialmente as crianças, as clientes mais assíduas desta telenovela (até agora só se conhecia um único caso idêntico na História). Uma questão para psicólogos, pais e educadores reflectirem...

São as «Páginas da Vida» que nos trazem «Paixões Proibidas» e «Jura» que numa diremos «Vingança» se alguma «Doce Fugitiva» nos abandonar... Talvez «Tu e Eu» nos empanturremos em «Morangos com Açucar» no «Tempo e Viver» que nos resta! Se possível na «Ilha dos Amores»! - sim, consultei a TV+ para saber que telenovelas andam por aí!

Hoje vou falar de telenovelas e aproveitar o fim da «Floribella» para levantar a questão sobre a utilidade de tantas telenovelas a dominarem quase todos os horários das nossas televisões generalistas.

(A música que estão a ouvir é «Jura» na voz de Lara Li, gravada em 1981 - só 20 anos depois, Rui Veloso gravaria a canção que compôs e que serviria de tema a uma telenovela da SIC que terminou recentemente)

No princípio dos anos 90 a minha irmã mais nova contabilizava todas as telenovelas exibidas até então na TV portuguesa, e o seu número rondava as 30 e poucas. Daí para cá devem ter estreado mais umas dezenas de telenovelas, tanto mais que SIC e TVI vieram trazer over-doses delas.

Não sou fundamentalista em relação às telenovelas: não sou daqueles que dizem que nunca vêem mas que depois sabem a história toda. Mas, na verdade, há muitos anos que não sigo nenhuma telenovela com um mínimo de regularidade.

Vi um ou outro dos 1.ºs episódios da Floribella - quando digo que vi quero dizer que apanhei alguns minutos de alguns episódios, quando me sentava a jantar, ou a fazer zapping ou quando assistia ao programa que outras pessoas presentes estavam a ver -, vi também uns pedaços de «Jura» e pouco mais. Ouvi dizer que «Tempo de Viver» foi uma boa telenovela em termos dramáticos e de suspense mas não posso confirmar pois não vi nenhum episódio com o mínimo de atenção, até porque tenho a TVI dessintonizada na televisão da sala, por opção.

A última telenovela que vi com regularidade data de 1993 ou 94 e passava aos domingos à tarde na RTP2: era sobre os imigrantes italianos no Brasil nos anos 30 mas não me lembro do nome. A última que vi mesmo com lugar marcado no sofá foi o «Pantanal», em 1991, se não me engano, e penso que só dava às 6.ªs e sábados pela noite dentro, também na RTP2.

Das telenovelas da hora do jantar fiquei-me pelo «Roque Santeiro» e um pouco da «Tieta do Agreste», porque tinham piada. Assim como a 1.ª de todas, a «Gabriela», um hino ao humor! Faz agora 30 anos!

E vocês, qual a vossa opinião sobre as telenovelas do antigamente e as de agora?


quinta-feira, 15 de março de 2007

DIA MUNDIAL DOS DIREITOS DO CONSUMIDOR

Se há coisa que melhorou muito nos últimos 20 - 30 anos foram os direitos dos consumidores, em especial depois da adesão de Portugal à União Europeia.

Hoje o consumidor pode reclamar quando ache que algo que vai consumir não está nas devidas condições de acondicionamento, higiene ou preço. Por vezes reclamar não adianta grande coisa, mas vale a pena tentar. Por outro lado, há pessoas que não reclamam para não se chatearem. Mas também há aquelas que por sistema pedem o livro de reclamações nos restaurantes, mesmo quando não há motivo para isso.

O consumidor pode ter quase sempre razão mas algumas pessoas exageram. Digo eu! Não sou muito de reclamar, só o faço mesmo em casos flagrantes. Mas essa é a minha maneira de ser. Apoio quem ache que deve reclamar enquanto consumidor se não for servido ou atendido de forma correcta.

Como consumidor que sou - e de que maneira! - o mais importante para mim são a adequada exposição dos produtos, a sua qualidade, a sua higiene e uma boa explicitação do preço do bem ou do serviço. Compro geralmente em hipermercados e centros comerciais - a vida moderna e citadina quase que obriga a isso - mas há produtos que não deixo de comprar em lojas mais pequenas, como hortícolas, fruta, pão, peixe...

Mas o consumo são também os serviços e aqui tenho muitos motivos de queixa: abomino ir aos correios, a repartições públicas ou equiparadas, e entro em pânico se preciso de ir a serviço público de saúde. Nos primeiros casos o atendimento por vezes já nem é mau, mas ainda nos está nos cromossomas-memória a maneira como éramos maltratados e humilhados nesses locais. Quanto aos serviços públicos de saúde na generalidade considero-os péssimos, humilhantes, ultrajantes, abaixo do humana e socialmente exigível...

Como consumidor sou quase adicto: por exemplo, regularmente não visto mais de 20 a 30 % da roupa que compro, não leio mais de metade dos livros nem ouço muitos dos discos que compro! Mas isso é uma atitude compulsiva que um dia tenho que resolver: é que quando eu tiver tempo um dia, não sei quando, vou ler todos os livros que comprei, vou ouvir todos os cds, vou vestir toda a roupa que na altura gostei e comprei... isto se já não estiver fora de moda!

Então, um bom Dia do Consumidor para vocês! E vejam lá, não gastem muito... Olha quem fala!!!

A tocar «Não me Consumas» de António Variações pelos Humanos - não é bem esse consumo que estão a pensar mas também é fundamental que não nos consumam o juízo porque senão não conseguimos ter paz de espírito para raciocinar...!!! Hehehe!!!

terça-feira, 13 de março de 2007

PORTUGUÊS, ALCOÓLICO, 12 ANOS DE IDADE


- Então o rapaz faz 12 anos hoje! - retorquiu o tio Manuel da cidade. arrastando uma cadeira para junto da mesa de madeira grossa e escura coberta em parte por um pedaço de linho tosco.

- 12 anos, 12 anos! - repetiu Joaquim, o pai do aniversariante - hoje vamos provar este tinto que estava aqui guardado para um dia assim...

E Joaquim pegou num velho garrafão - daqueles de vidro - pelo gargalo e começou a dividir o líquido cor de púrpura por copos que estavam sobre a mesa.

- Eh, lá! - exclamou o tio Manuel da cidade - parece que estás a encher copos a mais... quer dizer, o vinho bebe-se todo...

- Este copo é para o Manelito! - retorquiu Joaquim - ele está habituado a beber. Um copo às refeições. E quando o vinho é bom...

- Mas ele só faz 12 anos! - titubeou o tio Manuel da cidade.

- 12 anos! - exclamou Joaquim, elevando a voz - com 12 anos já eu bebia ao lado dos homens quando andávamos à jorna... e olha que eu não ficava atrás deles. Um homem é um homem e aqui o Manelito até vai provar hoje o bagacinho que o ti João trouxe da aldeia...

Este trecho foi retirado de um conto que eu escrevi há uns 20 e poucos anos e que por acaso na altura me valeu um prémiozito literário. Venho partilhá-lo agora convosco! O que descrevo não é inventado, passou-se e está a passar-se em muitos sítios por esse Portugal fora...

segunda-feira, 12 de março de 2007

SÓCRATES... ANTES O FILÓSOFO!

José Sócrates parodiado nos Gato Fedorento de ontem

O Governo PS de José Sócrates faz 2 anos hoje. E eu penso que para governar não havia necessidade de entrar em conflito, de humilhar, de maltratar aqueles que não têm um quinhão de culpa das (deficientes) governações anteriores.

Se não, vejamos: o agora Presidente da República, Cavaco Silva, foi o principal responsável pela entrada de pessoas na Função Pública nos anos 80 e 90 enquanto 1.º ministro... E possivelmente será ele agora a viabilizar as leis que um Governo PS (?) está a elaborar contra os funcionários públicos!

Se há uma palavra que defina aquilo que muitas pessoas sentem neste momento com esta (des) governação desumanizada é desmotivação!

Desmotivação na Educação com a retirada de perspectivas de carreira a quem as tinha há muitos anos.

Desmotivação na Saúde com a desertificação do interior do país e das zonas mais desfavorecidas, fomentada pela desactivação de centros de saúde. E ainda com a vinda de profissionais estrangeiros a pretexto de serem mais baratos.

Desmotivação na Cultura: aqui só funcionam os lobbies (e os este 1.º ministro são muito fortes!), e assim temos museus, por exemplo, quase fechados ou com grandes alas fechadas ao público por falta de funcionários.

Desmotivação nas polícias e nas forças armadas...

Desmotivação na Justiça: os casos mais mediáticos funcionam como distracção para a opinião pública, sabendo-se de antemão que nunca chegarão ao fim e especialmente nunca atingirão figuras proeminentes do Estado e da política.

Desmotivação na agricultura: enquanto os agricultores portugueses gastam os subsídios em casas no Algarve, carros Todo-o-Terreno e férias no estrangeiro, os empresários estrangeiros vão tomando conta do solo português...

Desmotivação nos jovens que não vêem saídas profissionais, apesar de serem aliciados com cursos «muito bons»...

Desmotivação da população em geral: pela imigração desordenada, pela emigração que voltou a acontecer, pela falta de perspectivas sociais, culturais e profissionais... Portugal continua a ser um país a prazo!!!

domingo, 11 de março de 2007

ONTEM HOUVE FESTIVAL DA CANÇÃO...

Sabrina interpretando «Dança Comigo», uma canção agora com «valor acrescentado» pois é o público que escolhe e... paga!

Tenho a certeza que nem a canção vencedora nem as outras canções participantes no Festival RTP da Canção realizado ontem ficarão para a história da música portuguesa. Mas nem sempre foi assim: desde os fins da década de 60 até aos princípios da década de 80 o Festival assumiu uma importância política, cultural e social sem precedentes.

Para mim a melhor canção que alguma vez passou pelos festivais RTP foi a «Canção de Madrugar» (a tocar) pela voz de Hugo Maia de Loureiro, com letra de Ary dos Santos e música de Nuno Nazareth Fernandes. Foi em 1970 mas não ganhou. Das vencedoras, e na minha opinião, a melhor foi «Madrugada» (também podem ouvir ali ao lado se clicarem no play depois de pararem a anterior) pela voz de Duarte Mendes e da autoria de José Luís Tinoco.

Mas muitas outras fazem parte da história da grande e boa música portuguesa, como «Cavalo à Solta» de Fernando Tordo ou «Flor Sem Tempo» de Paulo de Carvalho, ambas do princípio dos anos 70, altura em que o país parava para ver o Festival RTP da Canção - também não havia muito mais para fazer: concertos não havia, os discos eram caros e só a força da rádio conseguia divulgar o que se fazia - às vezes meio clandestinamente - em matéria de música em Portugal.

A partir de meados dos anos 80 o Festival «caiu em desgraça» e só agora parece que a RTP quer retomar o fulgor de outros tempos. Não deixa de ser sintomático, contudo, que a canção vencedora deste ano seja da autoria do compositor e autor (Emanuel) de uma canção - «Pimba, pimba» - que em 1995 um jornalista da TVI aproveitou para designar um determinado tipo de música, que passou a designar-se exactamente por «música pimba». Acresce referir que Emanuel, embora seja intérprete e produtor deste tipo de música - que eu preferia de apelidar de ligeira - tem formação em música clássica e erudita. Mas quando o lado comercial fala mais alto...

Confesso que não vi o Festival mas gravei-o (foi de onde tirei depois estas imagens) e, como pessoa ligada à comunicação como sou, não poderia deixar passar sem me referir a ele. Ouvi a canção que ganhou e diria que está na linha daquilo que se pretende para o Eurofestival. A ver vamos o que farão os portugueses este ano na Finlândia.

E pronto, este post não deve ter nenhuma importância para os mais novos, eplo menos, mas é só para saberem que o Festival RTP da Canção, quer queiramos ou não, está ligado à história portuguesa da 2.ª metade do Séc. XX.


Para quem goste destas coisas dos Festivais há um site muito completo sobre o tema - basta clicar em
festivais.home.sapo.pt

sexta-feira, 9 de março de 2007

RESPOSTA AOS DESAFIOS QUE ME LANÇARAM

Fotografia: a Serra da Estrela num dia enevoado

A Pips do blog 2pontosparágrafotravessão lançou-me um desafio que eu vou pôr em dia hoje:

As 7 coisas que eu faço bem (penso eu):

Escrever - Fotografar - Comunicar - Ouvir - Aconselhar - Conduzir - Preocupar-me com os outros (às vezes em demasia!!!)

As 7 coisas que eu detesto:

Que invadam o meu espaço - «tropeçar» em pessoas falsas - barulho - ir a repartições públicas - ir ao dentista - fazer a cama - tirar a loiça da máquina

As 7 coisas que me atraem no sexo oposto:

- Inteligência
- Um pouco de mistério
- Olhos (expressão)
- Cabelo
- Lábios
- Mãos
- Mini-saias

As 7 coisas que costumo dizer:

- Lindo (a) de viver! - Muito bem - Sim senhor - Pois então - Pois é! - Fogo! - Bom... é assim a vida!

E respondendo ao desafio lançado pelo Padre Jerónimo (blog Katchume) através da Cristina das Estrelices, alguns dos meus Projectos para 2007:

Blogs e Projectos web:
depois do azar de me desactivarem os outros blogs vou ser mais moderado e vou ficar aqui pelo Fundamentalidades 2. Talvez crie um temático, mas depois vos direi! Entretanto, vou incentivando outras pessoas a criarem os seus blogs, o que, por acaso, estou a conseguir.


Projectos pessoais e formação:
- Fazer o máximo de fotos possíveis
- Organizar e acabar (e editar?) um livro de contos sobre o fantástico
- Recuperar o meu diário de 1500 páginas escrito aos 15 anos
- Organizar-me e arrumar as minhas coisas que estão um pandemónio
- Dar mais atenção às pessoas que merecem
- Tirar umas formações em fotografia e talvez noutras áreas ligadas ao jornalismo; aperfeiçoar o meu inglês.
- Projecto maior: criar uma Editora para publicar os meus escritos e os dos meus amigos.

Não vou passar estes desafios a ninguém em especial mas quem quiser fazer algo parecido nos seus blogues estejam à vontade! A música é o My Way de Frank Sinatra porque tem tudo a ver comigo, além de ser uma das canções da minha vida.


quinta-feira, 8 de março de 2007


É só uma ROSA mas ela representa tudo aquilo que eu sinto pelas MULHERES:

RESPEITO

ADMIRAÇÃO

FASCÍNIO

CARINHO

Por todas as MULHERES - sem excepção - sejam elas mais novas ou menos novas, mais bonitas ou menos bonitas, mais altas ou mais baixas, mais magras ou mais gordas... Eu sei que elas vão dominar o Mundo e espero ansiosamente que esse momento chegue... De certeza que tudo será melhor quando elas tomarem as rédeas do destino da HUMANIDADE...

Para todas as MULHERES - e não só neste dia que se convencionou ser o dia delas, mas todos os dias - o meu maior BEIJO e, em especial... MUITO OBRIGADO!!!

E aqui fica uma pequena homenagem
a todas as MULHERES:


MULHER TOTAL

Mulher mulher
Mulher e mãe
Mulher e filha
Mulher amante
Mulher carreira
Mulher esperança
Que nunca se cansa!

Mulher batida
Mulher violada
Mulher sentida
Mas depois erguida
E nunca calada!

Mulher betão
Mulher pilar
De uma construção
Que nunca desaba
Mulher que acaba
E que recomeça
No dia seguinte
Mulher sofrida
Que mesmo sozinha
Vale por vinte!

Mulher ternura
Mulher cristal
Mulher romance
Mulher bonita
Mulher ideal
Ou mulher normal

Mas sempre, sempre

Mulher total!!!

quarta-feira, 7 de março de 2007

RTP - 50 ANOS QUE MUDARAM PORTUGAL


PARABÉNS
RTP
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O primeiro aparelho de televisão que houve em casa dos meus pais foi uma Ferguson enorme nos anos idos de 60. Como fomos durante uns anos os únicos com televisão no prédio onde morávamos, volta não volta tínhamos a casa cheia de vizinhos, especialmente nas alturas dos festivais da canção, das cerimónias de Fátima, dos eventos políticos ou do funeral de Salazar.

Os mais novos não devem saber, mas nesse tempo a TV emitia poucas horas por dia, não havia programas da manhã e à noite o limite para o fecho eram as 23 horas. O então recém-criado 2.º canal não emitia mais do que 2 horas por dia.

No princípio dos anos 70 a TV alargou a sua emissão para um pequeno período à hora de almoço. As telenovelas brasileiras só começaram em 77. A televisão valia essencialmente pelas séries americanas como «Casei com uma feiticeira», «O Santo», «Viver no Campo», por um ou outro filme, pelas notícias e pelos programas de alguns oradores, como Vitorino Nemésio ou «As conversas em família» de Marcelo Caetano.

Futebol era raro, só as finais das competições europeias e da Taça de Portugal. Os momentos "altos" da TV nessa altura eram os festivais RTP da Canção, os Eurofestivais, o 13 de Maio em Fátima, as saudações de boas festas dos soldados portugueses nas antigas colónias e uma ou outra transmissão de tourada.

O 25 de Abril veio politizar ainda mais a televisão, mas pouco mudou. A grande revolução da TV portuguesa foi a transmissão regular de telenovelas brasileiras a partir de 77. O advento da cor em 1980 veio dar um novo alento à RTP embora os televisores a pb tenham permanecido em casa das pessoas até aos anos 90, porque os aparelhos a cores eram muito caros.

Nos anos 80 os programas de entretenimento ganharam muita expressão, mas a RTP estava mal preparada para competir com as privadas a partir de 1992 (SIC e TVI). Em poucos anos a SIC alcançou a liderança das audiências, no princípio do novo século foi a TVI que passou para a frente mas, e nos últimos meses, em virtude de uma programação menos comercial mas correcta em termos de horários e respeito pelos programas, a "velhinha" RTP passou para a frente das audiências e promete por lá ficar por uns tempos... E assim seja, porque de telenovelas e reality-shows já está o país farto!




segunda-feira, 5 de março de 2007

QUANDO UMA PALAVRA NÃO BASTA

O novo livro de Isabel Moreira, «Quando uma palavra não basta» (Editora Prefácio) vai ser apresentado publicamente amanhã, terça-feira, pelas 18.30 horas no SHIP - Palácio da Independência que fica no Largo de S. Domingos, n.º 11 em Lisboa.

A apresentação da obra será feita pelo Professor Doutor Fernando Pinto do Amaral.

Isabel Moreira tem vários trabalhos publicados, essencialmente ligados à temática dos Direitos Fundamentais. Na área da literatura iniciou-se em 2004 com o seu primeiro romance «Pessoas Só» (Editora Prefácio). Actualmente dedica-se ao ensino e à investigação na área do Direito Constitucional na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.

«Quando uma palavra não basta» é um romance de grande qualidade literária, onde, de página para página, o leitor se sente quase como se estivesse também no cenário construído por Isabel Moreira... Um livro que se lê não uma vez, mas duas, três, quatro vezes...

Isabel Moreira participou recentemente num debate sobre os «Grandes Portugueses», realizado na RTP.

sábado, 3 de março de 2007

AQUELE DOMINGO À TARDE!

Ah, ah, agora para tirar o sabor do mentol, direi que eu também tenho os meus tesourinhos deprimentes, não são só os Gato Fedorento. E no baú das boas e más recordações - e como estamos quase no Domingo - fui desencantar uma tarde de Domingo, que passei com alguém que realmente não me lembro exactamente quem era... Falta acrescentar que naquele tempo havia matinées nas discotecas e os D.J. - aleluia - passavam música slow para dançar a dois... Não vale gozar, hein!!! Eu teria para aí uns 15 anos, era um adolescente inconsciente...

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Aquela tarde de Domingo
Foi uma tarde diferente,
Foi quando eu te conheci.
Desejei ser teu amigo,
Olhar-te bem de frente,
Dizer que gostava de ti.
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Quando puseram slow
Apertei-te nos meus braços,
Falámos quase em segredo.
Eu disse-te como sou,
Falámos dos embaraços,
Daquilo que temos medo.
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Beijámo-nos longamente,
As luzes quase apagadas,
Os teus lábios tinham a cor,
Num perfume transcendente,
Das rosas mais encarnadas
Num recanto sonhador.
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E quando a festa acabou
O nosso olhar cintilava.
Disse-te que gostava de ti,
Mas o teu sorriso mostrou
Que em vez de rir, chorava,
Desde então não mais te vi.
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Recordo com muita saudade
Aquele Domingo à tarde,
E não sei porque fugiste...
Só sei que nunca mais há-de
Haver outro Domingo à tarde
Que termine assim tão triste!

Gostaram???
Se sim, hei-de procurar mais uns tesourinhos deprimentes no meu baú das boas e más recordações!!!!